Prazer e Morte - Outro conto

      “Mais um corpo mutilado é encontrado”.

      Era o que dizia a manchete do jornal sobre a mesa de Safira. Ela pegou o jornal e leu em voz alta um pedaço da matéria.
      — Na ultima sexta-feira um corpo foi encontrado em um matagal. Os policiais estão periciando o corpo em busca da identidade do assassino.
      Safira sorriu ao ler aquelas palavras. Claro que não vão encontrar nenhuma pista no corpo, a não ser que os mortos comessem a falar. Ela sorriu e seu riso ecoou na solitária cozinha de sua casa.
      Ela tomou seu café da manhã lentamente. Safira não estava com pressa, embora soubesse que se ela se atrasasse para a reunião com seu chefe corria o risco de ser despedida. Mas é claro que isso não a intimidava.
      Safira vestiu um vestido balonê tomara que caia vermelho-vinho, calçou uma sandália de salto e colocou seu colar de safira azul no pescoço. A pedra era lapidada em forma de coração e a corrente era de ouro branco. Fora um presente do seu ultimo namorado que morrera tragicamente em um acidente automobilístico.
      Safira era uma mulher jovem e atraente. Tinha a pele branca e delicada, o cabelo vermelho na altura do seio, olhos verdes e um corpo escultural. Ela tinha apenas 22 anos e trabalhava para um grande agencia de modelos. Ela era a preferida do dono da agencia, Igor.
      Igor era um excelente modelo, quando mais novo. Agora com seus 45 anos dirigi uma das melhores agencias de modelos do país. Apesar da idade, ele ainda exibe o mesmo corpo de quando desfilava: musculoso. Ele não aparentava a idade que tinha, ele parecia ser mais novo. Sem muitas rugas ou fios de cabelo branco.
      Safira entrou em seu carro e dirigiu até a agência onde trabalhava. A reunião com o chefe não a intimidava, ou a deixava nervosa, afinal, ela sabia que não seria despedida.
      Ao chegar ao seu local de trabalho Safira foi direto para a sala do seu chefe, Igor. Ele estava a esperando sentado à sua mesa. Ele estava nervoso.
      — Está atrasada — falou ele olhando o relógio de pulso quando ela entrou na sala.
      — I’m sorry —respondeu Safira, fechando a porta atrás de si. — O que queria falar comigo?
      Igor gesticulou para que ela se sentasse. Safira hesitou um pouco, MS por fim sentou-se na cadeira diante de Igor.
      — Eu não posso mais tolerar seus atrasos — começou Igor. — Só nesta semana você chegou atrasada quatro vezes e já perdeu duas campanhas importantes. Sem falar no desfile que você deixou de comparecer.
      Claro, essas campanhas eram horríveis e eu não iria desfilar usando aquelas roupas bregas jamais! Pensou Safira, e em voz alta disse:
      — Desculpe-me — falou ela, deixando a voz minguar um pouco. — Eu sei que estou causando problema a agencia, sei que não estou fazendo meu trabalho direito, mas eu não consigo mais evitar...
      Ela não completou a frase, foi interrompida por uma lágrima que rolou teatralmente por seu rosto. Igor foi para perto dela e enxugou aquela lágrima. Safira sorriu disfarçadamente.
      — Ei, calma — falou Igor. — Não precisa ficar assim. O que aconteceu?
      — Não foi nada — respondeu Safira, virando o rosto para o lado. — Eu estou bem agora.
      — Aconteceu algo grave não foi?
      Não era a primeira vez que Safira usava um falso problema para manipular o seu chefe. Ele se importava com Safira, mas do que com qualquer uma de suas outras modelos e se sentia mal sabendo que ela estava magoada.
      — Não — falou Safira, fazendo aquela palavra parecer mesmo mentirosa. — Eu só deixei que algumas coisas me afetassem. Mas agora eu estou bem.
      — Não é o que parece.
      As lágrimas que Safira fingia estar segurando começaram a escorrer por sua face. Igor aproximou-se e meio sem jeito tocou em seu ombro para oferecer algum apoio emocional. Safira aproveitou a compaixão dele e jogou os braços por cima de seu pescoço e o abraçou fortemente.  Ele a abraçou desajeitadamente com um braço só.
      — Me leva pra casa? — pediu Safira com um tom meloso na voz.
      —Claro. Jamais permitiria que você dirigisse até sua casa nesse estado.
      E os dois seguiram para o estacionamento. Igor se perguntando o que teria acontecido com Safira. E Safira planejando o que faria com Igor. Ela sorria cada vez que a manchete do jornal voltava a sua memória.
      Fora uma noite perfeita, isso ela não poderia negar. Primeiro um jantar em um restaurante italiano, depois ele a levou para a casa e ela insistiu que ele entrasse. Após alguns instantes de conversa ela o levou para seu quarto.
      Safira propôs a seu acompanhante que praticassem bondage. Ele se negou primeiramente, mas depois de Safira convencê-lo que seria algo legal ele acabou cedendo e a deixou acorrentá-lo à cabeceira da cama. Aquele fora seu maior erro.
      Após saciar os desejos de seu corpo, Safira fez vários cortes no corpo do garoto e apreciou prazerosamente cada gota de sangue que pingava no lençol branco.  A agonia dele fazia ela ter uma estranha sensação de êxtase. E depois de mutilar seu corpo ela finalmente quebrou seu pescoço.
      Safira planejava fazer algo parecido com Igor, só que iria prolongar sua agonia.
      Quando Igor estacionou em frente à casa de Safira ela insistiu para que ele entrasse e lhe fizesse companhia por algumas horas, um pouco sem jeito de negar o pedido de sua modelo favorita, Igor acompanhou Safira até o lado de dentro de sua casa.
      Safira propôs que eles assistissem a um filme para que assim ela pudesse se distrair um pouco. Igor atendeu a esse pedido também. Safira colocou o filme no aparelho de DVD e foi até seu quarto trocar de roupa.
      Safira sabia que poucos homens resistiam a ela e fazia de tudo para que eles realmente não resistissem. Ela vestiu um short jeans curto que exibia suas belas pernas, vestiu uma blusa com um decote em V que deixava à mostra seus volumosos seios, o que ela considerava ser sua maior arma para atrair suas presas. El não tirou o colar de safira do pescoço.
      Quando retornou à sala para assistir ao filme Igor não pode deixar de voltar seu olhar para o decote de Safira. Ela já era uma presa em suas mãos. Fingindo não notar nada, Safira sentou-se ao seu lado. Igor tentou lutar contra o calor que ascendia entre suas pernas. Ela está emocionalmente frágil, não é sensato pensar nisso agora. Ele tentou dizer isso a si mesmo, mas não iria resistir se Safira o provocasse um pouco.
      Ao se passarem 10 minutos em silêncio, Safira voltou-se para Igor e falou:
      — Estou sozinha há tanto tempo... — e deixou a frase morrer.
      Igor lutou para encontrar uma resposta. Não lhe ocorreu nada. Safira viu isso como um passo dado para atacar a sua presa. Ela pegou a mão dele e levou aos seus seios.
      — Está sentindo meu coração? — perguntou ela fazendo uma voz dramática. — Ele está tão vazio. Eu preciso tanto de alguém que o preencha.
      Igor não conseguia pensar direito, não podia pensar em nada além de tomar aquela mulher em seus braços e possuí-la. Não havia mais volta, ele não podia lutar contra o volume que se formara em sua calça. Safira se aproximou e o beijou, fazendo-o ficar ainda mais excitado.
      Instantes depois os dois já estavam nus e Igor sobre Safira, saciando sua fome sexual. Mas para Safira não era o bastante.
      — Vamos pro quarto — falou Safira.
      E então os dois seguiram para o quarto dela, assim como ela havia sugerido. Depois de alguns orgasmos e vários movimentos sobre o colchão, Safira estava sobre Igor, controlando os movimentos, fazendo-o gemer de prazer. Ela pegou uma adaga que deixava sobre o criado mudo e enquanto descia fez vários cortes no peito no rapaz, não profundos o bastante para causar algum dano, mas fundos o bastante para fazê-lo sangrar bastante.
      No mesmo instante em que ele saiu de seu estado de êxtase e sentiu a dor em seu peito ele empurrou Safira para fora da cama. Ela acabou machucando o membro dele ao ser empurrada abruptamente. Ele gemeu novamente, dessa vez de dor.
      Safira não ficou nada feliz ao ser empurrada naquela forma. Ela pegou o saleiro que deixara na cômoda na noite anterior e jogou sal sobre as feridas de Igor, fazendo-o agonizar ainda mais.
      Ele não pode fazer nada. Safira pegou o chicote no criado mudo e o açoitou. Depois de vários açoites Igor finalmente deu seus ultimo suspiro. Safira foi até o banheiro, tomou um banho quente e rápido para tirar o sangue de Igor de seu corpo, depois vestiu roupas limpas e ligou para um antigo amigo.
      — Tenho trabalho para você — falou ela quando ele atendeu.
      — Estou indo — respondeu ele e desligou o telefone.
      O “ele” se chamava Rodrigo e conhecia Safira desde que eram apenas crianças. Ambos cresceram e desenvolveram um tipo estranho de “sede por sangue”. Ambos eram meio psicopatas.
      Rodrigo estacionou sua caminhonete atrás do carro de Igor. Ele entrou na casa e embrulhou o corpo sem vida de Igor nos lençóis sujos de sangue e depois o colocou na caminhonete. Safira pegou as chaves do carro de Igor e dirigiu seguindo Rodrigo até as margens do rio próximo a casa deles.
      Rodrigo quebrou os dentes de Igor com uma pedra e depois queimou o corpo junto com os lençóis ensangüentados. Safira assistiu a tudo em absoluto silencio. Após terminar Rodrigo foi cobrar por seus serviços.
      — Sabe — começou ele —, eu gosto muito de você, de verdade, mas há muito tempo eu venho limpando a sua sujeira a troco de nada. Está na hora de você me pagar.
      — O quê? — pela primeira vez em muitos nãos Safira ficou assustada. — Do que você está falando?
      Ele se aproximou e prendeu Safira em uma árvore com seu braço direito. Ela não escaparia dali com facilidade.
      — Disso — falou ele e começou a beijar o pescoço dela.
      Safira tentou se livrar de Rodrigo, mas ele era muito forte. Todas as suas investidas eram vãs. Enquanto segurava Safira pelo pulso com a mão direita ele tirou sua calça com a esquerda. Safira sabia que não haveria chance de escapar. Ela tentou lutar para manter-se calma e tentar escapar daquela situação.
      Rodrigo a jogou no chão e em seguida rasgou o vestido que ela usava. Arrancou sua calcinha e a possuiu. Safira chorava ao receber aquele membro de si. Ela não estava fisicamente pronta para isso, então ela sentiu uma forte dor. Safira tentou ainda pela ultima vez se livrar de Rodrigo atingindo-o na cabeça com uma pedra. Nada aconteceu.
      Após se saciar Rodrigo pegou a mesma pedra afiada com que quebrara os dentes de Igor e passou pelo pescoço de Safira. Rodrigo queimou também o corpo de Safira, deixando-o lá ao lado do corpo de Igor.
      Enquanto Rodrigo se afastava, sois corpos sem vida queimavam às margens de um lago. Duas vitimas de maníacos sedentos por sangue...

Ansiedade



Ansiedade...
Isso sim pode atrapalhar qualquer coisa que você vá tentar fazer. É uma sensação desconfortável de querer que um determinado momento chegue logo, e parece que quanto mais você anseia por algo mais as horas teimam em não querer passar...


Rita Cruz


(…) 
Clary: Amar é destruir. Eu me lembro.
Jace: Pensei que essa parte do meu coração estivesse quebrada. Para sempre. Mas você… 
Cidade das Cinzas (Cassandra Clare)  Cap. 09 pag. 172

Ciúmes..?



A dor de ver alguém de quem você gosta com outra pessoa é horrível, é como se tivessem atirado uma lança e acertado em cheio em seu coração, algo que machuca mais do que eu imaginei que poderia ser capaz...
É muito mais além do que um ciúme doentio, é algo que realmente machuca, mas não é uma dor física, o que só a torna pior, mas não se pode fazer muita coisa a respeito. Pode-se? Há certas coisas que são impossíveis evitar serem vistas, a única coisa que se pode fazer é tentar suportar vê-las. É, nem sempre a vida é justa...


Rita Cruz

Memories



Tudo o que é capaz de te destruir está dentro de você mesmo, guardado em algum lugar da sua mente. Memórias... Essas sim são capazes de te ferir várias vezes, trazer de volta tudo o que você já teve e que sabe que jamais terá de volta...
O tempo é capaz de apagar as lembranças também? Não. As memórias jamais desapareceram, mas o tempo será capaz de fazer a dor que vem com essas recordações desaparecer e depois tudo o que fica é a saudade de um passado distante, memórias mortas que não são mais capazes de te machucar...

                                                           Todas as minhas lembranças mantêm você próximo”.
Memories – Within Temptation


Rita Cruz

Lágrimas



Lágrimas tomam conta de mim; lágrimas de amargura, lágrimas de tristeza, lágrimas de raiva, lágrimas que me destroem...
Lágrimas que não descem dos olhos, mas que transbordam em meu coração e o afogam em um mar de sofrimento.
Lágrimas não expostas, lágrimas não compreendidas, lágrimas que ferem a alma como adagas afiadas.
São apenas lágrimas que aos poucos me matam.


Rita Cruz
 

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